sábado, 31 de outubro de 2009

1:1 Evangelho de Deus

"Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo,
separado para o evangelho de Deus"

O evangelho de Deus. Paulo acabou de dizer que é servo de Jesus, e não diz logo em seguida "o evangelho de Jesus" nem "o evangelho do Espírito Santo". Ah! mas e o que tem isso? Vejamos 3 tendências prejudiciais sobre esta questão.

Primeiro são aqueles que tendem a tornar Deus uma força espacial que paira no ar. Que sempre falam bem de "Deus". Aquela pessoa que se você perguntar sobre Deus, lhe responderá que Deus é o criador, que ele é luz, energia e paz. Mas não conhecem o verdadeiro Deus em quem nós cremos. Para essa pessoas Deus não possui uma personalidade, não tem ouvidos, não tem olhos, não tem sentimentos. É apenas o Deus-lei que comanda o universo.

Depois vemos os que concentram tudo em Jesus. Que centralizam Jesus como sendo ele o verdadeiro salvador. Quando oram estas pessoas pedem a Jesus que peça ao Pai, que é um cara muito mal, que lhes perdoem. Acham que Jesus é o bonzinho que fica lá do lado de Deus falando: " Pai, ajude aquela senhora, perdoe-a! Não deixe ela continuar sofrendo..." Acham que Jesus fica lá lutando e implorando ao Pai.

Por fim aqueles que só querem saber da nova vida e do poder do Espírito Santo. Buscam o poder, querem curar doentes, orar em línguas e sapatear, mas não querem passar pela cruz, e pela expiação de Cristo.

Porém o Evangelho não é só de Deus Pai, nem de Jesus nem do Espírito Santo. Ele é uma obra de todos, e que começa especialmente no Pai. Vemos em Gênesis 3:15 este planejamento do evangelho. Deus já havia preparado seu filho. E foi isso o que o Pai fez, enviou o seu filho. Por isso o evangelho começa no Pai. E Jesus sempre dava toda a glória ao Pai. "A obra do Pai" "Glorificar ao Pai" e este é o fim do evangelho a glorificação de Deus.

Já o pecado é o oposto completo. É a não-glorificação de Deus. A isto chamamos de "errar o alvo" o alvo principal que é a glorificação de Deus. Quando vivemos de forma a não atingir este objetivo estamos pecando! Normalmente as pessoas se interessam por testemunhos de pessoas que viviam uma vida cheia de pecados horríveis, bebedeiras, prostituição, assassinatos, drogas, etc. Que quando se convertem dizem: " antes eu fazia isso, e hoje eu não faço mais!"

Mas isto não é a verdadeira mudança, o importante é ver alguém que antes não glorificava a Deus, e que hoje O glorifica! Esta é a real conversão. É acertar o alvo, e acertar o alvo não significa parar de pecar, significa dedicar a sua vida para a glória de Deus!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

1:1 Saulo e Paulo

"Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo,
separado para o evangelho de Deus"
Paulo era um fariseu, conhecido outrora como Saulo. Saulo então, este fariseu, era um religioso extremista. Os fariseus eram aqueles que o povo respeitava como os verdadeiros "homens de Deus". Mas sabemos que se Jesus condenou alguma coisa, foi a religião. A religião é algo que mata, que nos torna mecânicos, que conduz o homem a praticar atos infundados.

Jesus nunca trouxe uma nova religião! Jesus disse apenas "Siga-Me!" Existem momentos em que é preferível dizer apenas que somos seguidores de Jesus. Principalmente hoje em dia quando "ser crente, ser evangélico" é muitas vezes ser a pessoa chata que quer convencer na força os outros a se converterem. É usar de frases prontas, é "amarrar" tudo o que acontece. É ser conhecido como o chato/ignorante e que da dinheiro pro pastor.

Os fariseus eram religiosos, porém respeitados. Normalmente orgulhosos, andavam de forma a não encostar nos outros, penduravam versículos nas roupas e por aí vai... Saulo era alguém assim, achava ser santo, mas era uma santidade falsa. Era uma santidade criada pelos homens, santidade para ser vista e admirada por homens. Agora, Paulo, era alguém que tinha sido separado por Deus! A sua santidade era verdadeira!

E ainda mais, Paulo foi separado para o Evangelho. A palavra evangelho caiu no uso comum e não é mais a palavra que deveria ser. Não traz um sentido significativo. Mas Paulo sabia muito bem o que era o Evangelho! A "Boa nova" não era meramente um outro sentido da palavra, que Saulo teria aprendido na escola dominical. Não.

O Evangelho para Paulo lhe trazia real felicidade. Ele compreendia muito bem a sua pecaminosidade, sabia que o preço pago por Jesus era inestimável! Sabia que não merecia tamanha graça! E isto tornava Paulo mais humilde, não procurava mais a sua glória diante dos homens e sim mostrar a glória de Deus para os homens! Podemos ver agora, todo este contraste entre Saulo e Paulo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

1:1 Prisioneiro em Cristo




"Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus"

Paulo começa apontando Jesus. mostrando a importância de EM QUEM ele crê. Deixamos muitas vezes que outras coisas se tornem mais importantes. Olhamos pras bênçãos, olhamos para a Obra. eNos esquecemos de Jesus. É a famosa frase "nos preocupamos com a obra de Deus, e nos esquecemos do Deus da obra". Creio que o certo é sempre nos concentrarmos mais Nele.

Se pudéssemos fazer um gráfico de crescimento espiritual, seria nos prendendo em Deus e nos largando de nós mesmos. Largando o nosso EU sempre mais. E estando mais perto Dele proporcionalmente.

Servo. Escravo, prisioneiro, cativo. É neste sentido que Paulo está falando. É o homem se tornar um verdadeiro prisioneiro no Senhor. Antes éramos todos prisioneiros do mundo, prisioneiros do diabo e do pecado. Agora somos prisioneiros de Deus, prisioneiros de Jesus.
Certo dia fiz um comentário em uma célula falando sobre sermos prisioneiros em Jesus. Alguns não concordaram, acharam que era loucura sermos prisioneiros de Deus. Falaram que: "Em Deus nós somos livres! que absurdo isso de ser um escravo de Deus!" Mas é essa a palavra que o Apóstolo usou. Realmente somos livres - livres do pecado!

Mas não existe meio termo nas coisas espirituais. Ou estamos em Jesus, ou estamos no pecado. É como a pílula do filme Matrix. Ou uma ou outra. E a partir do momento que você está em Deus, você está declarando que ele é dono de sua vida. Está se entregando totalmente. Ele se torna o seu Senhor. E temos que obedecê-lO!

Infelizmente algumas pessoas olham esta palavra prisioneiro como algo ruim, simplesmente pela palavra e a idéia de prisão ser algo ruim. Mas ser escravo de Jesus é algo maravilhoso! É tudo aquilo que quem está no mundo quer ter, mas que não lhe foram abertos os olhos!
Poderíamos ficar aqui apenas citando como é extraordinário ser escravo de Cristo! Não estou falando de bênçãos materiais baratas, como você pode estar pensando. Isso se inclui, mas é o mínimo. Falo daquela paz, da segurança, do amor. Falo daquele período de oração impagável! Da certeza da salvação, e da infinidade que é conhecer a Deus.

Meu amigo e pastor Léo China, uma vez me disse que Deus é como o sol! De longe lá está ele pequeno e iluminando a todos. Você o vê e sabe que ele é poderoso. Mas, Se você puder ir chegando mais perto, Mais você verá o quanto ele realmente é grande! Assim é Deus, quanto mais O conhecemos, mais vemos o quanto ele é infinito! e mais queremos conhecê-lO!

Quando estudamos a carta de Romanos, descobrimos que ela é na verdade uma síntese, de tudo aquilo que Paulo pretendia falar. Fica claro que Paulo ensinava horas e horas. Tanto é que Êutico tomado pelo sono caiu e morreu durante um ensino do apóstolo. mostra que Paulo tinha muito o que ensinar.

Portanto eu creio que em uma única palavra, Paulo demonstra como era a sua relação com Cristo. Uma relação tão forte como a de um escravo. Que vivia uma vida inteira para o seu senhor e não tinha uma escolha de se libertar. Ou o escravo tentava fugir ou se matava. Paulo e nós cristãos, ou vivemos com Jesus ou fugimos para o pecado - que é a morte.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Introdução à epístola

Começo este blog com o objetivo de passar o estudo que tenho feito da Carta aos Romanos. Se trata basicamente de anotações minhas da série de estudos de David Martyn Lloyd-Jones. Que serão de grande utilidade para mim mesmo no futuro, e para você que busca conhecer mais sobre esta carta.

O livro de Romanos vem logo depois de Atos. porém não é o primeiro livro de Paulo na ordem cronológica. Mas ele se encontra logo aí justamente por sua importância. O livro possui verdades fundamentais para o cristão.

Obviamente foi escrito por Paulo. Ele escreve tanto para judeus como pra gregos.Isso porque ele podia! ele entendia muito bem o povo a quem pregava! Se analisarmos sua história, ele foi preparado sua vida toda para assumir este "posto". Foi preparado em seus dons naturais, em sua vida natural. Assim como vemos Moisés, um hebreu que cresceu no meio do povo egípcio e podia ver os dois lados da moeda.


Vemos que o Espírito Santo usa nossos dons naturais! Paulo foi preparado no meio da cultura de ambos os povos, como veremos mais adiante. Deus portanto, preparou Paulo para lutar contra o judaísmo e para apresentar a verdade aos gentios! A lição que aprendemos é que, nada melhor do que ser útil no Reino, sendo útil no seu campo de conhecimento natural. Um dia desses, um colega me disse: "Bobagem esse povo crente que se enche de tatuagem, e vai pregar pra tribo dos tatuados! Eles não estão sendo eles mesmos!" E eu concordo. Por isso que existem igrejas específicas para esse tipo de gente, assim como existe igreja para todos os públicos.


Se temos que pregar, vamos pregar para aqueles que mais se identificam conosco! Assisti o debate entre o ateu Richard Dawkins e o teólogo Alister Mcgrath. O ateu em um momento diz algo como:"Eu entendo os pobres serem cristão, entendo os desprovidos de estudo serem cristãos. Mas você?! Você é inteligente!!!" Creio que é dessa forma que alcançaremos as pessoas, um rico não vai dar ouvidos à uma pregação de um pobre. Mas poderá ouvir alguém mais rico que ele. Irá se espantar em ver alguém com status falando de Jesus. Da mesma forma que Dawkins se espantou com Mcgrath, que estudou na mesma faculdade que ele e é mestre em biofísica.

Sobre a igreja em Roma. Como foi fundada? A teoria é que em Atos, quando Pedro prega para aquelas 3 mil pessoas que se convertem, certamente muitas delas viviam em Roma, já que era a metrópole e o centro do mundo na época. Então elas voltam e fundam a Igreja. Já que não existem resquícios de nenhum apóstolo que poderia ter fundado a igreja em Roma.

Por último, porque Paulo escreve esta carta para a igreja em Roma? No versículo 11 do primeiro capítulo temos a resposta: "... para fortalecê-los!" Muitos hoje dizem: "Ah! importante é ter Deus na vida! viver com paz, viver feliz, com minha família, com minhas amizades... Isso é ter Deus!" Essas pessoas estão fracas na fé, ou não possuem fé. Mas Paulo irá mostrar que o importante é sabermos NO QUE e EM QUEM nós cremos! E estava com receio de que os cristãos de Roma se perdessem em tantas doutrinas que não são o evangelho.

Nós cremos não nesse deus que é uma força que paira no ar. Cremos no único e verdadeiro Deus! O Deus vivo, que nos conhece. No Deus que fala conosco, No Deus no qual existimos e nos movemos, no Deus que é uma pessoa, que nos toca, que anda conosco dia a dia, que sabe das nossas aflições e nossas alegrias. No Deus que morreu e ressuscitou por nós!